MEDO E SUAS CONSEQUÊNCIAS - Mateus 14.13-21

Pr. Paulino Cordeiro | 13-02-2012 23:24:52

Os discípulos, provavelmente após uma reunião sobre o problema que teriam com tanta gente no deserto e sem comida, vieram a Jesus para convencê-LO que mandasse a multidão faminta para suas casas.

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Será que estavam preocupados com o bem estar daquelas pessoas?

Não! Estavam preocupados consigo mesmos, pois estavam ficando famosos com aquele espetáculo de milagres e maravilhas e perceberam que a qualquer momento poderiam ser acusados pela própria multidão por estarem sem água e sem comida.

Eles conheciam muito bem sobre a rebeldia do povo conduzido por Moisés, durante quarenta anos, no deserto. O que fariam para manter a multidão sem o risco de uma furiosa rebelião? Quem poderia contê-los?

Este evento ocorreu logo após a decapitação de João Batista (Mateus 14.1-12) e eles facilmente aceitaram a sugestão do "medo",  deixando invadir seu coração a imaginação e o terror sugeridos pelo maligno.

Cuidar daquela multidão era algo assombroso, de fato os discípulos estavam com medo. Quando não buscamos o poder de Deus e não olhamos para o Mestre Jesus, ficamos cegos, não visualizamos a provisão Divina e agimos com falsos recursos.

01. Desculpa esfarrapada, dissimulação - v. 15.

Com certeza, tremendo de medo, chegaram a Jesus, com palavras ensaiadas, dizendo: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer.

Realmente queriam passar a conversa do diabo em Jesus, mas esta tentação já era bem conhecida, pois Ele era constantemente tentado por satanás. O diabo apenas estava sugerindo pela boca dos discípulos: Jesus, você está numa enrascada, livre-se desse povo, eles só querem os teus milagres, Você não tem poder para conduzi-los...

O medo transforma o homem em escravo do "inimigo", cega o entendimento a ponto de não perceber que está agindo com falsidade.

Um lindo discurso, feito por um medroso, não passa de uma desculpa esfarrapada para fugir do compromisso e do serviço Cristão, evitando o envolvimento pessoal.

Jesus desmascara a falsidade, a desculpa esfarrapada cai por terra, ordenando: Não precisam retirar-se: dai-lhes, vós mesmos, de comer. Na verdade Jesus está dizendo: Quem está comigo está com Deus, então o problema é nosso, resolvam, não se acovardem!

Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação - 2ª Timóteo 1.7.

02. Desafeto humanitário - v.21

Ali estavam, no deserto, cinco mil homens, mais mulheres e crianças. Com sede, fome e desabrigados. Vejam só o que o medo e a covardia faz, quanto desafeto por parte daqueles Crentes, não é assustador?

Aquela multidão, formada por homens, mulheres e crianças, eram povo de Israel e irmãos segundo a Lei. A cegueira leva o ser humano a tomar atitudes cruéis e irresponsáveis.

Como poderiam negar socorro àquelas pessoas desorientadas que buscavam a solução Divina para as suas vidas? O medo de se expor no serviço, dependendo exclusivamente do sobrenatural de Deus, causa cegueira e insensibilidade para com o sofrimento dos outros.

Assim diz o Espírito Santo através de Tiago, irmão de Jesus: Se um irmão ou uma irmã estiverem carecidos de roupa e necessitados do alimento cotidiano, e qualquer dentre vós lhes disser: Ide em paz, aquecei-vos e fartai-vos, sem, contudo, lhes dar o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? - Tiago 2.15-16.

O medo cega e faz o ser humano pensar somente em si mesmo, achando-se no direito de agir com egoísmo e covardia para proteger-se.

Na verdade os medrosos dissimulam, fazem um jogo com as palavras tentando enganar a si mesmos, à sua liderança e assim livrarem-se dos problemas e das pessoas.

Diante daquela apatia pelo sofrimento da multidão, Jesus, sabiamente responde: dai-lhes, vós mesmos, de comer - v.16b.

Certa vez disse Jesus:  Porque tive fome ... tive sede ... era forasteiro ... estava nu ... enfermo ... preso...  Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?  E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes - Mt 25.35-40.

03. Só vê o problema, não vê quem dá a solução - v. 17

Mas eles responderam: Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.

Os olhos dos discípulos, diante das multidões famintas e sedentas, estavam cheios de terror, pois o medo impedia-lhes a percepção de que estavam diante de Jesus, operando milagres e maravilhas.

Medo é fé no diabo, crendo que o pior pode acontecer, em vez de crer que Deus tudo pode por meio do Seu filho Jesus Cristo, o Pão da vida. Olharam para cinco pães e dois peixes e concluíram que estavam numa situação perigosa, não olharam para quem poderia livrá-los daquele problema.

Na verdade o perigo estava dentro deles, o medo, por isto não podiam visualizar a solução. Jesus é a solução, mas, olhavam para as multidões como um problema e não viam a  maravilhosa oportunidade de testemunhar do grande amor de Deus, por meio de Jesus.

Os medrosos são egoístas e o mundo passa a girar em torno dos seus próprios umbigos. O medo impede de enxergar um novo horizonte, só vê o seu umbigo. O medo rouba a autoridade de levantar os olhos para Céu e clamar: ...de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR que os céus e a terra fez!

O belo argumento dos medrosos é uma perigosa cilada para impedir as manifestações do poder de Deus: O lugar é deserto, e vai adiantada a hora; despede, pois, as multidões para que, indo pelas aldeias, comprem para si o que comer (até dá impressão que fizeram uma reunião e ensaiaram as palavras)... Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.

O perfeito amor lança fora todo o medo: Então, ele disse: Trazei-mos. E, tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixes, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, tendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões. Todos comeram e se fartaram; e dos pedaços que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios - v.18-21.

Há um provérbio popular, muito verdadeiro, que diz: "pouco com Deus é bastante". Jesus fez literalmente cumprir-se este ditado, pois, apenas alguns pãezinhos e peixes serviram para alimentar milhares de pessoas.

Conclusão

Quando os crentes deixam o espírito de covardia tomar conta de seus pensamentos estão impedindo a Obra da Salvação. Em vez de realizarem grandes feitos, no poder do Espírito Santo, apresentam desculpas esfarrapadas, com gestos de enorme desafeto humanitário e não olham para quem resolve até os problemas impossíveis, Jesus, o Cristo.

Apesar de nossas fraquezas vemos que Jesus dá o exemplo, sempre cria novas oportunidades, encorajando-nos a erguermos nossos olhos para o Céu e a recebermos Poder do Altíssimo Deus para enfrentarmos e solucionarmos todos os problemas e crises.  Aleluia!

1ª João 4.18: No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor.

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Paulino Cordeiro - Pastor da CEFA - Comunidade Evangélica Família Abençoada - Sermão compartilhado em 12.08.2007 e 12.02.2012 - noite.